Benfica vai gastando os milhões da venda de Darwin, FC Porto faz compra recorde ao Braga e Sporting vende Palhinha por 20 milhões. As contas dos três grandes, a um mês do início do campeonato.
A um mês do início da liga de futebol, com arranque agendado para o fim de semana de 7 e 8 de agosto, Benfica, FC Porto e Sporting agitam o mercado de transferências e fazem ajustes nos respetivos plantéis antes do pontapé de saída para a temporada 2022/23.
Até ao momento, entre os três grandes, o Benfica é o mais gastador no mercado de transferências. Os maus resultados das duas últimas temporadas fazem com que o reforço do plantel seja uma prioridade, mesmo depois de terem sido gastos em 2020 cerca de 100 milhões de euros em contratações.
Depois de Jorge Jesus e Nélson Veríssimo, o clube da Luz vai arrancar a época com novo treinador, o alemão Roger Schmidt e uma mão cheia de contratações até ao momento. Quem já não vai arrancar a nova época na Luz é Darwin Núñez, avançado uruguaio que rumou ao Liverpool naquela que passou a ser a segunda maior venda de sempre da liga portuguesa depois de João Félix ter assinado pelo Atlético de Madrid no verão de 2019 por cerca de 120 milhões de euros.
Em Alvalade e no Dragão, tudo parece mais calmo. O Sporting, que contratou cinco jogadores até ao momento, já não vai contar com João Palhinha, médio que na próxima temporada vai alinhar na Premier League, em Inglaterra. No FC Porto, a saída de três titulares do plantel do treinador Sérgio Conceição parece ter agitado um pouco os adeptos do campeão nacional até ser confirmado o primeiro reforço da época, David Carmo, defesa central vindo do SC Braga.
Saída de Darwin paga reforço do plantel
Não foi preciso esperar muitos dias depois de terminadas as competições para ver confirmada a (inevitável) saída de Darwin Núñez do Benfica. As exibições do uruguaio encheram o olho ao treinador Jurgen Klopp e o Liverpool desembolsou 75 milhões de euros pelo jogador, valor ao qual podem somar-se mais 25 milhões se Darwin Núñez atingir determinados objetivos desportivos num contrato válido por cinco anos.
Longe destes números estão as contas da transferência de Everton Cebolinha. O brasileiro, aposta de Jorge Jesus quando veio para o Benfica, não convenceu nem a estrutura do clube nem os adeptos e acabou por ser cedido ao fim de dois anos ao Flamengo por 13,5 milhões de euros mais 2,5 milhões dependentes de objetivos desportivos. Também Jota, cedido ao Celtic por 7,5 milhões de euros (75% do passe), Gedson que vai alinhar pelo Besiktas num acordo fechado em fevereiro (6 milhões de euros por 50% do passe) e o guarda-redes Svilar que saiu em final de contrato, já não vão vestir a camisola do Benfica.
No sentido inverso, já estão a treinar no Seixal o defesa Mihailo Ristic, ex- Montpelier que chega a custo zero, Petar Musa, avançado croata que alinhou no Boavista na época passada por 5 milhões de euros, Alexander Bah, defesa direito ex-Slavia de Praga por 8 milhões de euros e David Neres, médio atacante brasileiro vindo do Shaktar Donetsk por uma quantia a rondar os 15 milhões de euros, valor que estava em dívida ao Benfica referente à transferência de Pedrinho na época passada para o clube ucraniano e que assim ficou saldado. Neres assina por cinco anos e fica com uma cláusula de rescisão de 100 milhões de euros.
De acordo fechado com o Benfica estão ainda dois sul-americanos. Enzo Fernández, médio argentino de 21 anos cobiçado por alguns clubes europeus, que o Benfica conseguiu “resgatar” ao River Plate antes da concorrência, num negócio fechado por 10 milhões de euros por 75% do passe do jogador. O clube argentino poderá ainda vir a receber mais 8 milhões de euros se Enzo Fernández concretizar alguns objetivos desportivos na sua passagem pela Luz. Do Corinthians chega a Lisboa João Victor num negócio em que o Benfica também se antecipou ao rival FC Porto na contratação do jogador. O brasileiro de 23 anos vai custar 9,5 milhões de euros por 80% do passe.
Contas feitas até ao momento, as contratações do Benfica já ultrapassam os 30 milhões de euros (sem as variáveis por objetivos desportivos). Somando a dívida de 15 milhões que trouxe Neres para a Luz, o valor aproxima-se dos 50 milhões de euros.
Maior transferência de sempre entre clubes portugueses
A contratação de David Carmo pelo FC Porto ao SC Braga passou a ser a transferência mais cara de sempre entre clubes portugueses, superando os negócios de Rafa e Paulinho que também saíram do clube minhoto em épocas passadas. Os dragões acertaram um contrato válido por cinco épocas com o defesa central num negócio que custa 20 milhões de euros mais 2,5 milhões por objetivos desportivos alcançados pelo jogador português.
Um dia depois, era Stephen Eustáquio que se juntava em definitivo ao plantel portista. Depois do empréstimo desde janeiro, o FC Porto acionou a cláusula de compra do jogador canadiano ao Paços de Ferreira por 3,5 milhões de euros, valor avançado pela imprensa desportiva.
Estas contratações aconteceram depois de o Benfica ter “roubado” João Victor ao FC Porto e após as saídas de Fábio Vieira e Vitinha, dois dos jogadores mais influentes na conquista da dobradinha no ano passado. O primeiro vai alinhar pelo Arsenal num negócio que vai render 35 milhões de euros (mais 5 milhões por objetivos) aos cofres do FC Porto. O segundo, vai jogar ao lado de Messi, Neymar e Mbappé no Paris Saint-Germain. O clube francês vai passar um cheque de 40 milhões de euros a pronto pagamento, batendo assim a cláusula de rescisão do jogador.
Apesar do encaixe financeiro de quase 80 milhões de euros nos dois negócios, o treinador dos dragões lamentou a “falta de capacidade para manter os jogadores”, em declarações recentes. Entretanto, no início de julho, Mbemba terminava o contrato com o FC Porto e era mais um a despedir-se do clube.
Palhinha de saída para o Fulham
20 milhões de euros mais 2 milhões dependentes de objetivos. São estes os números da venda de João Palhinha ao Fulham, com o Sporting a garantir ainda 10% da mais-valia de uma eventual futura venda do médio português. Palhinha vai ser treinado por Marco Silva, treinador português que trouxe o Fulham de regresso à Premier League. Até à data, esta é a única receita que entra nos cofres de Alvalade, visto que Gonçalo Esteves saiu para o Estoril a título de empréstimo e o marroquino Zouhair Feddal terminou o contrato que o ligava aos leões e saiu a custo zero no início de julho.
No entanto, o marroquino já tinha substituto. Jeremiah St. Juste assinara dias antes pelo Sporting um contrato válido por quatro anos. O defesa central neerlandês vindo do Mainz custou aos leões 9,5 milhões de euros. Esse valor pode render mais 2,5 milhões ao clube alemão se o jogador cumprir determinados objetivos desportivos em Alvalade, ficando também salvaguardada uma percentagem de 10% de uma eventual futura venda do jogador.
A Alvalade já chegaram também Morita, Franco Israel e Diogo Abreu. O primeiro chegou do Santa Clara, assinou por quatro anos e fica com uma cláusula de rescisão de 45 milhões de euros. O negócio, segundo a imprensa desportiva, deverá render quase 4 milhões de euros à SAD do clube açoriano. Quase em simultâneo, o Sporting adquiriu à Juventus 60% do passe do jovem guarda-redes uruguaio Franco Israel que chegou a treinar com Cristiano Ronaldo quando o português passou pelo clube transalpino. A imprensa avança que o negócio rondou os 650 mil euros. O português Diogo Abreu, júnior de 19 anos que alinhou pelo FC Porto B, juntou-se também ao Sporting.
Do Vitória de Guimarães chegou o último reforço até à data. Rochinha assinou contrato até 2026. O português vai custar 2 milhões de euros ao Sporting, tendo o Vitória direito a 10% do valor de uma eventual futura venda do médio de 27 anos.
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